Pág. Inicial Notícias Hotel da Penha: projeto de Noé Diniz reúne consenso

Hotel da Penha: projeto de Noé Diniz reúne consenso

Hotel da Penha: projeto de Noé Diniz reúne consenso

O processo de licenciamento do projeto de recuperação do Hotel da Penha, da autoria do conceituado arquiteto Noé Diniz e promovido pela Irmandade da Penha, conheceu um novo impulso numa recente visita e reunião de trabalho com a Câmara Municipal de Guimarães e o instituto do Património Cultural.

Participaram no encontro o Presidente da Câmara Municipal de Guimarães (Domingos Bragança), a Vereadora do Urbanismo / Planeamento e Gestão Urbanística (Ana Cotter), o Diretor do Departamento dos Bens Culturais do Património Cultural, I. P. (Paulo Lebre Duarte), o Juiz da Irmandade da Penha (Roriz Mendes), dirigentes e assessores da Irmandade da Penha e funcionários dos serviços municipais.

Domingos Bragança, na reunião de 6 de março de 2025, começou por realçar "a importância do Hotel da Penha para Guimarães. Se a Estância Turística da Penha nos orgulha, o Hotel envergonha - não estou aqui a acusar ninguém - mas temos que reabilitá-lo, considerando a sua viabilidade económica". Dirigindo-se ao responsável do Património Cultural, o autarca esclareceu que "nesta reunião não vamos desconstruir, vamos dar mais informação para que o pare-cer seja consonante com o projeto do arquiteto Noé Diniz que, aliás, merece a nossa concordância".

A Vereadora do Urbanismo, Ana Cotter, corroborou a posição do Presidente da Câmara Municipal: "considero que a primeira solução [do projeto] está bem, que a segunda está bem".  "O edifício não é algo intocável e não tem que ser tudo igual ao que estava no passado. Existem constrangimentos e não vai aqui existir a solução perfeita" mas “a solução possível", disse a Vereadora defendendo que "é uma arquitetura de autor. Há aqui uma certa plasticidade, uma certa diferença, uma forma de fazer a transição que torna o edifício único".

Apelando à "sensibilidade" do responsável do Património Cultural, Ana Cotter fez questão de referir que "temos um bom arquiteto, um arquiteto com presença na Penha. Temos a sorte de ter um arquiteto com esta qualidade" a trabalhar em mais este projeto.

"Há um respeito tremendo por todos os arquitetos com quem trabalhamos, para mais com um arquiteto da craveira do arquiteto Noé Diniz. Não há qualquer dúvida em relação a isto", garantiu Ricardo Rodrigues, dos serviços técnicos da autarquia, asseverando que "estamos muito mais perto da solução do que às vezes parece" e que "é um privilégio termos um arquiteto que sabe trabalhar com o detalhe com que poucos sabem".

Roriz Mendes, Juiz Presidente da Irmandade da Penha, historiou todo o trabalho com vista à reabilitação do hotel, assim como aludiu à intervenção da Irmandade em toda a área da Estância Turística da Penha e aos projetos arquitetónicos da autoria de Noé Diniz.

“Sou uma pessoa de fé e sempre acreditei que com visão, vontade política, legalidade e bom senso a situação do hotel da Penha se resolveria”, afirmou o dirigente acreditando que “finalmente teremos condições para salvaguardar o património, valorizar e aumentar a atratividade da centenária Estância Turística da Penha”.

Paulo Lebre Duarte, Diretor do Departamento dos Bens Culturais do Património Cultural, I. P., reconheceu que o projeto do Hotel da Penha está “maturado“, sugerindo diligências de pormenor para que possa prosseguir com celeridade.

Recorde-se que, anteriormente, Domingos Bragança, presidente da edilidade, em declarações ao Alto da Penha (02.julho.2024), considerou que “a reabilitação do Hotel da Penha é muita necessária e urgente para a disponibilidade de permanência de quem nos visita em ambiente religioso e de montanha. É ainda importante para a consolidação da estância da Penha como atração turística e de património natural, imprescindível para a afirmação de Guimarães como cidade que cuida do seu património e que promove a sua paisagem natural, neste caso, classificada como Património Nacional“.

O projeto de requalificação, da autoria do Arq. Noé Diniz, prevê a manutenção da fachada, a demolição e a reconstrução do interior e a colocação de uma nova cobertura. De acordo com o prestigiado arquiteto, em declarações recentes, o projeto de intervenção “pretende preservar a memória do Hotel”. “Quando estiver pronto, provavelmente, nem se irá notar que foi alterado. Toda a fachada do hotel será recuperada e o edifício irá manter a volumetria e o seu aspeto atual. Por dentro, não poderia sobreviver dadas as condicionantes que são necessárias para um equipamento daquela natureza”, esclareceu Noé Diniz em entrevista ao jornal “O Comércio de Guimarães”.

No projeto de requalificação, Noé Diniz seguirá as linhas mestras do arquiteto Raul Lino, autor do desenho original. A “intervenção pretende preservar a memória do Hotel”, refere. Não tem dúvidas que “quando estiver pronto não se irá notar que foi alterado”. As alterações dar-se-ão mais ao nível do interior e da reorganização dos espaços.

"Procurei respeitar o edifício, não pretendi chegar aqui e fazer um edifício novo. Procurei interpretar o edifício e encontrar soluções para a reabilitação", explica.

Destaca-se a orientação do hotel para o turismo de saúde e bem-estar, passando a funcionar com um SPA. Uma sala pretende recuperar a memória da realização de eventos ritualísticos e festivos, como casamentos e batizados. O hotel, que perseguirá as quatro estrelas, explorará também a natureza ambiental e local de “bons ares” que caracterizou a procura durante longos anos no passado. A sala de conferências constituirá um espaço capacitado para o campo da cultura.

O Hotel da Penha tem uma significância extraordinária no imaginário da hotelaria vimaranense.

Imagens

  • imagem_1
  • imagem_2
  • imagem_3
  • imagem_4
  • imagem_5